quinta-feira, 25 de setembro de 2014

COMO É POSSÍVEL DESENVOLVER UM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA?


A escola é o espaço em que deve permitir o diálogo de diferentes saberes, dos professores com sua formação acadêmica, dos alunos com o seu senso-comum, das pessoas que trabalham na instituição que vão desde a direção até aquelas responsáveis pela limpeza com suas experiências cotidianas. É o meio ambiente em que se aprende, em que se vive. Por isso, trabalhar a educação ambiental neste espaço é uma maneira de disseminar este conhecimento e vivenciá-la.
A educação ambiental é entendida como um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI Nº 9.795/99). A palavra meio ambiente pode ter vários significados. Reigota (2004) define como um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processo de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade.
               O histórico sobre o surgimento de uma educação voltada para a preservação e conservação do meio ambiente teve o seu início com a Revolução Industrial em 1779, representando um marco para a história, que com seu avanço científico, o homem deixou de ser a força de trabalho e foi transferida para a máquina. Devido a este grande avanço, acelerou-se o processo de degradação do meio ambiente, e consequências trágicas que foram se acumulando durante décadas e que surtem efeito nos dias atuais.
    O Ministério da Educação diz que a educação ambiental, deve permear todo o currículo nos diferentes níveis e modalidades de ensino da educação escolar com o papel fundamental de esclarecer e formar uma sociedade sustentável com pessoas atuantes e críticas. É um componente essencial e permanente, sendo desenvolvida como uma prática educativa integrada e contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal, e que não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino (artigo 10 da LEI 9797/99) Não é bom restringir a educação ambiental à biologia, pois seria colocar esta, a uma esfera privada, dissociando da esfera pública, campo da atuação política e da cidadania, pois a questão ambiental não é um problema puramente ecológico.
           
  Segundo Jacobi (2003) a educação para cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. Por isso, a Educação Ambiental deve ser trabalhada como uma ferramenta emancipatória e transformadora que permita o indivíduo refletir, criticar e agir mediante em uma esfera no qual ele vive. Ela precisa dialogar com outros saberes, para a superação do senso-comum, para que não se torne a prática ambientalista em algo simplista e reducionista, sem fundamentação teórica. Não pode ser uma educação bancária, que faz do indivíduo um depósito de informações sobre questões ambientais, mas que não muda a sua prática como cidadão.
A educação formal tem como objetivo fornecer habilidades e competências necessárias para a vida. A Política Nacional de Educação Ambiental (LEI 9795/99) diz como um dos objetivos fundamentais da educação ambiental no artigo 5º e inciso 4º que a Educação Ambiental deve garantir:
“O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania.”

Qualquer projeto precisa ter um caráter permanente, mas não inflexível. E a respeito da educação ambiental, precisa sempre estar se modelando à realidade da escola. Mas o que se vê em algumas escolas apesar do desenvolvimento de um projeto ambiental é ainda uma grande dificuldade na mudança de percepção e atitude de alunos e demais membros da comunidade escolar. Os alunos participam de campanhas de arrecadação de materiais que podem ser reciclados, criam panfletos, jornais, as escolas possuem lixeiras para a coleta seletiva, há um envolvimento, mas não ocorre mudança conceitual.


É necessário ressaltar que a falta de percepção da Educação Ambiental como processo educativo, reflexo de um movimento histórico, produziu uma prática descontextualizada, voltada para a solução de problemas de ordem física do ambiente, incapaz de discutir questões sociais e categorias teóricas centrais da educação (LOUREIRO, 2004). Como anteriormente discutido, a questão ambiental não pode ser entendida como um problema meramente ecológico é com certeza um assunto da esfera pública, com importante componente da política e da cidadania.

Trabalhar a Educação Ambiental nas escolas, segundo Andrade (2000) é reconhecer a escola como uma unidade impactante, trabalhar sua rotina no sentido de reduzir tais impactos, e de, ao perceber a escola como mantenedora e reprodutora de uma cultura que é predatória ao ambiente, buscar mudanças no currículo e metodologias que possam não só diminuir tal influência, mas permitir uma verdadeira mudança na prática dos alunos. Por isso, ela precisa sempre ser contextualizada em um diálogo entre os saberes de toda a comunidade escolar. A escola como local de difusão de conhecimentos deve promover em seus alunos o esclarecimento da diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento sustentável, através do trabalho em equipe dos professores, despertando uma percepção ambiental e construindo valores fundamentados na ética humana. Os professores através de uma prática interdisciplinar podem direcionar a visão imediatista dos alunos, para uma reflexão na sua prática consumista.

Por mais que se tenham excelentes projetos voltados para a educação ambiental, a realidade é que muitas escolas ainda se deparam com o problema do lixo jogado no chão, na dificuldade de se manter a separação deste lixo por parte dos alunos, mesmo estes sabendo a importância disto para o meio ambiente. Com a implantação de um projeto de Educação Ambiental na comunidade escolar um caminho será aberto: de uma possível mudança no agir de cada um. Mas deve-se ter cuidado para que o projeto não seja ao mesmo tempo um agravante para unidade escolar pelo o seguinte motivo: é comum ver quando se tem um trabalho expositivo sobre o meio ambiente ter um aumento significativo de resíduos após a exposição. É o pátio escolar sujo, o material usado acaba indo pro lixo, o que vai de encontro com a proposta que é reduzir a quantidade de resíduos produzidos.
Então trabalhar um projeto de Educação Ambiental de caráter permanente na escola requer sensibilidade, um contínuo diálogo enfatizando maneiras alternativas de desenvolver práticas verdadeiramente sustentáveis e que de fato, venham gerar mudança nas atitudes da comunidade escolar.


terça-feira, 26 de agosto de 2014

SUSTENTABILIDADE E A FELICIDADE

Todos os dias somos bombardeados pela mídia que para ser é preciso ter. Somos bombardeados que sempre falta algo para que a nossa vida seja feliz. O que temos não serve. E a solução para isto tudo é consumir para sanar o "vazio" da nossa  vida. Associam que a felicidade está nas coisas. E se esquecem que as coisas são efêmeras. Não é preciso do muito para ser feliz. Na verdade, basta apenas algo para ser feliz: querer. Vem de dentro para fora. Vem do coração. Vem de um lugar onde não existem indústrias: vem da nossa alma. Paz e alegria não vem de fora para dentro, e sim de dentro para fora. Felicidade é assim: um sorriso, um gesto, uma abraço,um carinho, uma ajuda, uma gentileza, e isso não dá para comprar, Ser feliz é ser permitir, é ter olhos de compaixão, é ser um pacificador, é ter sensibilidade e ser emocionar com um simples detalhe. A felicidade trilha dois caminhos: contemplação e admiração. 

                                    

A sustentabilidade é coisa de gente feliz. É coisa de gente que ama o meio ambiente. É coisa de gente que ama o próximo. É coisa de gente que ama a si mesmo. É atitude do compartilhar, do dividir, de ajudar e de preservar e de ser solidário. Sustentabilidade não tem nada ver com consumismo, com individualismo, com imediatismo. A sustentabilidade procura a felicidade nas coisas simples da vida: andar de bicicleta, fazer um piquenique com a família e com quem se gosta, caminhar, passear na praia, ver o por-do-sol, reunir os amigos em casa para um jantar, assistir uma exposição, andar de skate, enfim atividades que não são de caráter consumistas. 


      

Sustentabilidade e felicidade são amigas. Posso até dizer que são irmãs porque partilham dos princípios da justiça, da equidade, e do cuidado. Buscam viver de forma que permitem as gerações seguintes de desfrutarem do mesmo direito à uma vida de qualidade preservando o meio ambiente.

                   

terça-feira, 19 de agosto de 2014

COMO PODEMOS CONTRIBUIR?



O cidadão tem o dever de cuidar do meio ambiente. Faz parte do exercício da sua cidadania ter práticas sustentáveis, visto que o meio ambiente é qualquer lugar onde o homem está inserido. É o local onde existe vida. Tudo é meio ambiente. E mediante isto, é possível que determinadas práticas virem hábitos que irão trazer para sociedade ao longo do tempo, conservação, saúde e justiça social. Todos têm direito a uma água com qualidade e um ar limpo. E isto não é apenas responsabilidade dos governantes, mas também da sociedade civil, em que todos tem o dever de fazer a sua parte de acordo com as  suas possibilidades que são dadas. 

O grande problema das grandes cidades é o destino do lixo gerado. É a imensidão de sacolas plásticas de supermercados. É o mar de embalagens desnecessárias que encarecem os produtos. Existem práticas que cada um pode trazer para sua realidade. Consumir de forma sustentável implica poupar recursos naturais, conter o desperdício, diminuir a geração, reutilizar e reciclar a maior quantidade de resíduos possíveis (Ministério do Meio Ambiente). Vejamos como podemos contribuir:

- Em casa, separe o lixo seco do lixo úmido. O seco seria papel, lata, vidro, plástico, tetrapak, entre outros, devendo estar todos estes materiais limpos para que possam ser aproveitados por pessoas, ou cooperativas que reutilizam este material, assim gerando renda e emprego. O úmido seria restos de alimentos: cascas, talos, folhagens e etc. Estes podem ser aproveitados para serem transformados em adubos através da técnica da compostagem. 
-Papel higiênico não é reciclável, portanto deve estar separado dos demais resíduos. Nem papelão engordurado.

-Evite comprar produtos com muitas embalagens.

-Procure na internet locais de coleta de resíduos próximo à sua residência como por exemplo o descarte de pilhas, baterias, lâmpadas, entre outros. Um deles é o site http://www.ecycle.com.br. 

-Existem mercados que tem posto de coleta, como por exemplo, o supermercado Extra, para plástico, vidro, papel, alumínio e óleo usado.



                                    

-Não jogue óleo usado na pia. Causa entupimento, contaminação dos rios, e impermeabilização do solo. Quando for fazer fritura, use uma garrafa e ali deposite o óleo usado. Depois encaminhe a um local de coleta. O óleo usado pode ser transformado em sabão.

- Quando for ao mercado leve sua sacola retornável, você estará ajudando muito na diminuição da poluição causada por sacolas plásticas que levam anos para se decompor.

                                                           

-Procure investir na qualidade do produto desde que este respeite o meio ambiente. É melhor pagar um pouco mais caro e ter um produto mais durável.

-Procure saber quais empresas tem compromisso com questões ambientais que vão desde a extração da matéria prima até o produto final. Alguns deles apresentam rotulagem ambiental que é um selo a um produto ou serviço com informações sobre o impacto ambiental que deve ser menor quando comparados aos mesmos serviços e produtos disponíveis no mercado. São alguns deles: FSC (produtos florestais), LEED (edificações),  PROCEL (equipamentos eletrônicos), etc.
 

-Lembrar sempre dos cincos ERRES: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar.

                              

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É CONSEQUÊNCIA DE UMA SOCIEDADE EDUCADA

       Sustentabilidade é a prática de se utilizar os recursos naturais de maneira consciente e equilibrada permitindo às futuras gerações usufruírem destes mesmos recursos. Ela tem como objetivo diferenciar o consumo do consumismo, o indivíduo do individualismo, o ser em vez de ter. A sociedade contemporânea vive por conta do sistema capitalista, uma fase em que se agregam valores na quantidade de bens que um indivíduo possui. O próprio Jesus Cristo, uma vez disse que a vida de um homem não consiste na abundância de bens que este possui. Vivemos uma sociedade em que os desejos são efêmeros e insaciáveis. O homem está constantemente agindo sobre o meio ambiente a fim de sanar suas necessidades e anseios, sem pensar sobre as suas ações sobre o ambiente, o que afeta a qualidade de vida de várias gerações (FAGGIONATO,2007). 
     Infelizmente, propagandas desgastam conceitos que são profundos tornando-os superficiais e fugaz, induzindo apelativamente ao consumismo. Mas é preciso libertar-se da síndrome do ter  e da escravidão de consumir desenfreadamente.
          O desenvolvimento sustentável tem viés com justiça social, com oportunidade igual para todos. Um dos seus objetivos segundo Kraemer (2007) é que além da satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, etc.), é permitir a elaboração de um sistema social, garantindo emprego, a segurança social e o respeito a outras culturas, erradicação da miséria, do preconceito e do massacre da população oprimida. 
              É possível mudar. É possível limpar o que foi poluído, recuperar o que foi destruído, ser solidário com os que sofrem. O homem é resultado de sua escolha. Encinas (2004) diz que esta prática traz melhoria na vida das pessoas, a melhoria na vida de todas as pessoas que estão vivas hoje e daquelas que viverão amanhã, tendo respeito à natureza sabendo que o próprio ser humano faz parte dela.
             A escola só é uma unidade impactante na sociedade quando ela usa o seu espaço como um local de difusão de conhecimentos para promover em seus alunos o conhecimento do que é crescimento econômico e desenvolvimento, através da concepção de sustentabilidade, despertando neles uma percepção ambiental, construindo valores fundamentados na ética humana.
           Uma sociedade educada consome de maneira consciente, saber usar o seu senso crítico, para diferenciar a necessidade do supérfluo. Sabe investir em qualidade em vez de quantidade. Procura saber se o produto que chega até as suas mãos não usou mão de obra quase escrava ou infantil, como acontece e sempre é divulgado pelas mídias. principalmente de empresas de roupas de grife que se utilizam deste tipo de mão de obra. Tem responsabilidade ecológica na sua casa não jogando óleo de cozinha na pia, não usando a mangueira como vassoura, desperdiçando água tratada, enquanto muitos não tem acesso à ela. Uma sociedade educada é solidária. Cobra uma postura ética das empresas, do governo e dos cidadãos. Para finalizar esta reflexão uma sociedade educada usa em sua prática os 5 ERRES: REPENSAR, RECUSAR, REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR, porque estas atitudes são a base da sustentabilidade.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR

        A educação é um instrumento que possibilita mudanças e deve ser usado sempre em prol do benefício da sociedade e do meio ambiente. O homem é componente da natureza e precisa dela para sobreviver, no entanto, ele vem atuando de uma forma devastadora nos recurso naturais. A Educação Ambiental, segundo o Ministério da Educação e do Desporto, deve permear todo o currículo nos diferentes níveis e modalidades de ensino da educação escolar com o papel fundamental de esclarecer e reorientar tais práticas destrutivas. Seu objetivo é ser um agente determinante na prática dos professores, permitindo um rompimento com o conformismo e alcançando a significância do ensino a favor do bem-estar de todos e do cuidado com o meio ambiente.
O consumismo é um dos responsáveis pela a degradação ambiental. Os professores através da problematização poderão direcionar a visão imediatista de seus alunos que é imposta pela mídia, para uma reflexão de sua prática consumista.

"...parece que educar para o ambiente exige uma compreensão mais integrada do sistema produção/consumo, e um enfoque que privilegie a esfera de produção (causa) que engendra a condiciona toda a dinâmica."  (LIMA, 1999)

          Frases como: "-Compre, Aproveite, Usufrua!", tornam as coisas obsoletas rapidamente, aumentando o consumo como supérfluos, aumentando a exploração dos recursos naturais e a quantidade de lixo produzido. Provavelmente seria diferente se houvesse prática de um consumo sustentável, que implica atitudes conscientes, onde o indivíduo usa o poder de decisão para não compactuar com tal ação maléfica. A interdisciplinaridade na Educação Ambiental deve produzir nos alunos, autonomia, sensibilidade e conscientização nas suas práticas do cotidiano, trabalhando a questão da responsabilidade individual e coletiva.
       A Educação Ambiental segundo Genebaldo Dias (2001) é desenvolver conhecimento, compreensão, habilidades e motivação para adquirir valores, mentalidade e atitudes necessárias para lidar com problemas ambientais e encontrar soluções sustentáveis. E deve abranger todas as disciplinas ao longo do ensino formal, visto que é um tema transversal dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A questão ambiental não é um problema puramente ecológico, senão seria uma visão unidirecional, pois acabaria ocorrendo uma separação da realidade com seu propósito. É errado restringir a Educação Ambiental à Biologia, pois seria colocar esta a uma esfera privada, dissociando-se da esfera pública, campo da atuação política e da cidadania (LIMA, 1999).
            Para se praticar a Educação Ambiental é preciso persistência, foco, e um senso estético e ético para a construção de uma sociedade conscientizada e politicamente sustentável. A escola como um espaço do saber deve informar e formar alunos para a conservação e preservação do meio ambiente. 

terça-feira, 29 de julho de 2014

A AUTONOMIA E A DOCÊNCIA

Resumo
O professor para ser suficiente no cotidiano de suas aulas precisará criar em seus alunos autonomia. Mas, para que isto aconteça, o docente deverá buscar a sua autonomia no ensino. Sua prática não pode estar limitada a apenas o livro didático e ao espaço físico da sala de aula, e sim, ir em busca de recursos para que sua atividade docente desperte no discente a capacidade crítica, formando alunos pensantes e questionadores. 

Introdução
Um dos principais problemas existentes na sala de aula é a visão elitista do professor, onde este se acha o único conhecedor do saber, não respeitando os saberes que o aluno traz consigo. Ao monopolizar o saber, pensa que conseguirá dominar a turma, mas infelizmente o que ele está proporcionando ao aluno é ser apenas reprodutor do sistema. Quando o professor somente fala, o aluno não aprende de maneira crítica e sim, como uma imposição. O professor não deve ser um transmissor de saberes, mas um fomentador da curiosidade, onde educador e educando construirão o conhecimento juntos e de forma crítica,

Gerando autonomia 
Para criar mentes autônomas, é preciso aprender a pensar. O professor precisa proporcionar a seus alunos uma ambiência agradável na sala de aula, onde os alunos sintam à vontade de questionar e instigar para que a curiosidade ingênua do aluno alcance a curiosidade epistemológica. O docente precisa gerar no aluno autonomia a buscar soluções de problemas da realidade que os cercam, e muitas vezes isto se dará através de erros. O educador precisa ter a perspicácia de reconhecer que nem todo conteúdo programático servirá para todas as turmas, pois cada uma apresenta uma característica: algumas acompanham em ritmo rápido, outras em um ritmo mais lento, e aquelas que apresentam uma defasagem tamanha que necessitam de toda uma restruturação do currículo para adaptar-se à realidade. A autonomia do docente consiste em não se prender ao currículo e sim à necessidade do aluno.
Segundo o sociólogo catarinense Pedro Demo, o bom professor não é aquele que soluciona os problemas, mas justamente o que ensina os seus alunos a problematizarem (REVISTA NOVA ESCOLA, AGOSTO DE 2001, pág. 51). Ele tem que conflitar o educando, para que este raciocine de maneira individual na busca da resposta, onde o professor vai ser apenas o direcionador da construção do conhecimento. Muitas das vezes o livro da escola não é do seu agrado, então entra a autonomia em procurar recursos que vão além do livro obrigatório como reportagens de jornais, revistas, vídeos, entre outros, pois o importante é ter um ensino-aprendizagem dinâmico e melhor.
Paulo Freire diz em seu livro a Pedagogia da Autonomia (2004) que a tarefa do docente não é apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. A partir deste pensamento podemos entender que o objetivo do educador é gerar conscientização e não alienação.

O aprendizado parte da realidade do aluno
A construção do conhecimento depende do educador e do educando, pois quando o aluno entra em sala de aula traz consigo saberes que precisam ser respeitados. O ponto de partida do ensino vem da realidade do aluno. O educador ao ensinar precisa mostrar a importância do conteúdo ensinado, pois tudo aquilo que não faz sentido à vivência do aluno, o cérebro não faz questão de memorizar. Deve-se trabalhar com questões que envolvam problemas existentes na comunidade onde a escola se situa. Ao falar, por exemplo, de poluição da água, o educador deve enfatizar do rio que atravessa o bairro da escola e questionar o porquê deste rio se encontra poluído e achar soluções juntamente com os alunos para que estes possam ser agentes multiplicadores na comunidade onde moram.
O ensino que não é aplicado à realidade é vazio. Como falar de alimentação correta se o aluno passa fome em casa? Como falar sobre o cuidado do meio ambiente se na calçada da escola é um depósito de lixo? Paulo freire diz que a educação é uma forma de intervenção no mundo. Ao selecionar um determinado tema da realidade, o professor terá que correr atrás de materiais para que a sua aula se torne mais rica e seja um um momento de transformação, onde os alunos participarão da problematização e da solução de uma determinada questão e assim, gerando bem-estar para todos.
Segundo Paulo Freire (PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, 2004), ensinar exige respeito ao conhecimento do educando, estabelecendo uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência que eles têm como indivíduos. 

Considerações finais
O professor para ser suficiente precisa antes de tudo, gostar do que faz. Tem que haver uma satisfação pessoal, independente de salário e dificuldades que a profissão apresenta. Tem que pesquisar, se atualizar, se informatizar, porque o conhecimento é dinâmico, sendo um processo inacabado. Precisa ter sensibilidade, criticidade e autonomia para exercer de maneira impactante na sala de aula. E saber que a parceria professor - aluno no processo da construção do conhecimento será eficaz.


Referências
-FREIRE, Paulo. A Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Paz e Terra, 2004
-NOVA ESCOLA. A Revista do Professor. Edição Junho/Julho 2001 e Agosto 2004